O consumo de ácidos gordos polinsaturados ómega 3, em particular, o ácido docosahexaenóico (DHA), foi relacionado com o abrandamento do declínio cognitivo.

Diversos estudos demonstram a importância das vitaminas B9 e B12, e do selénio (Se) para o correto funcionamento do sistema nervoso e a manutenção de uma atividade neuronal sã.

A cavala (fonte de DHA, B12 e Se) e a quinoa (rica em vitamina B9) são alimentos acessíveis, sustentáveis e de origem nacional, com grande potencial de valorização.


Em detalhe

A cavala constitui uma fonte privilegiada de ácidos gordos polinsaturados n-3 (n-3 PUFA), e em particular, de ácido docosahexaenóico (também conhecido como DHA), mas também de vitamina B12 e selénio. Já a quinoa, apresenta na sua composição elevados níveis de vitamina B9.
Sabemos hoje que os lípidos correspondem a cerca de 50% do peso seco do cérebro humano, sendo que os PUFA representam em média 25-30% do total de ácidos gordos. Por sua vez, o DHA corresponde a sensivelmente metade dos PUFA existentes no cérebro.

De facto, a ciência tem vindo a atribuir ao DHA um papel fundamental no que diz respeito à saúde do cérebro, nomeadamente da melhoria da capacidade de aprendizagem e da memória. Por outro lado, níveis reduzidos de DHA têm sido associados ao declínio cognitivo durante o envelhecimento, levando a crer que este ácido gordo poderá ser primordial para a prevenção de doenças neurológicas degenerativas, como as doenças de Alzheimer e Parkinson.

A este respeito, as vitaminas do complexo B (B9 e B12) e o selénio desempenham também um papel de relevo ao nível manutenção das células neuronais, sendo por isso igualmente indispensáveis à manutenção de uma atividade neuronal sã. Por conseguinte, é bastante provável que exista uma interação positiva, e até sinergística, entre o DHA, as vitaminas B9 e B12 e o Se na prevenção do envelhecimento cognitivo.

A cavala e a quinoa contribuem assim para aporte de nutrientes neuroprotectores e ajudam a manter dos níveis adequados destes elementos durante o envelhecimento, quando existe uma menor absorção dos nutrientes disponíveis nos alimentos. Estes dois alimentos, acessíveis e versáteis podem, deste modo, constituir uma resposta eficaz para a prevenção do declínio cognitivo associado ao envelhecimento.